terça-feira, 24 de agosto de 2010

Bit, bit, bit...

Um tempo sem escrever, sem pensar em escrever...
E pelo escrever digito algumas palavras nesse caderno virtual.
É até interessante pensar na escrita, pois a transição tecnológica
é constante e acontece em grande escala de diferença.
Se pensarmos nas mais antigas formas de escrita registradas
veremos que eram desenhos de objetos, pessoas, animais, enfim, do
ambiente onde se vivia. Não representavam sons definidos.
A escrita fonética e linear surgiu e através dessas evoluções conhecemos a linguagem, de um modo geral, como ela é, ou era até essas últimas décadas.
Com o surgimento da escrita digital, não sei qual seria a origem, talvez o código morse, as letras e números tornaram-se pulsos.
Há uma diferença grande nessa mudança, pois não é necessário desenhar a letra, escrever a letra, mas sim saber que símbolo a representa e com isso nosso cérebro desempenha diferentes funções motoras, pensa de forma diferente...

domingo, 6 de junho de 2010

O melhor não foi o suficiente.

Em um momento de reflexão, Temen questionou:
- E o que você fez? Qual paradigma se pronuncia ao fim da jornada?
E assim, meio confuso, o Eu responde:
- Um passo à frente, mais uma batalha vencida. A satisfação conjunta independe do resultado, vale o aprendizado.
Temen vai além, pois não...
- O artista está para a arte e vice versa! Independe de segmento ou qualquer tipo de linguagem, meu caro ser pensante...A gratificação não se limita, muito menos se acomoda.
- Onde, onde quer chegar, Temen? A viagem é longa e não posso me demorar!
- Se crê que pode achar a resposta, siga no caminho das ofertas. Mas não vá muito breve, pois a chave não é chegar ao ponto, mas ligá-lo em organizados momentos, cujo passado se torna vazio, sem carga pra carregar. O modelo do que foi feito é o ponto de partida para algo ainda melhor, pois esse não foi o suficiente, nem tem de ser...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

"Poderia ser até o dono do prédio, avalie o porteiro!"

Estava chegando pela tarde no Papicu, próximo ao Hiper,
quando me deparei com algumas viaturas do Ronda,
motos de PMs vindo à toda na contramão
e um punhado de gente.
Passei devagar, sem parar e fiquei a pensar
se teriam matado algum sujeito
ou estourado alguma boca.
À noite perguntei a um colega se sabia do ocorrido.
Comentou que o movimento da boca havia parado:
"O cara nem abriu a porta!"
E seguiu:
"Um policial à paisana estava indo trabalhar e depenaram ele!
Levaram tudo. A farda que estava na mochila, arma, tudo!
Agora a polícia ta só rodando por aí."
E refleti com um amigo que também estava presente:
-"Já pensou se fosse um cidadão qualquer?...
Será que a dedicação seria a mesma?"
-"É, né..."

sexta-feira, 26 de março de 2010

Negativo!

Não!
Não sou. Não fui e não sou.
Não sou eu quem dita as regras.
Não sou piadista, não tenho graça.
Não sou dono de mim, estou para o mundo.
Não sei sobre história, cultura e arte.
Não sei português, tenho pouco vocabulário.
Não sei se insisto, tão pouco acredito.
Não digo o que penso, vivo o que sinto.
Não sei escrever, pois não leio para tanto.
Não consigo enxergar, estou muito viciado.
Não sei me cuidar, pareço um doente.
Não tenho visão, sou atrasado.
Não sei pra onde ir. Será necessário ir?
Não tenho amigos, não sei tocar, não sei amar.
Não consigo confiar, não sei me aproximar.
Não vejo o futuro, pareço viver no passado.
Não tenho nada em mente, só a negação!
Não sei se quero, não sei se devo.
Não sei.
Não, não, não.

Em foco

O silêncio da madrugada acalma a alma. A cabeça cheia questiona a tensão recente, coloca o indivíduo numa posição ativa condicionada e sugere uma conduta empreendedora. A dúvida acontece quando a necessidade se torna desnecessária, para alguns. O padrão de vida é predominantemente material, sendo o caráter humano e social uma máscara para estabilidade. $e tivé$$emo$ mai$ condiçõe$ não haveriam tanta$ nece$$idade$...mais humanos nós seríamos!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Palavras, apenas palavras.

Às vezes sinto como se tivesse em mergulho profundo, de eu comigo mesmo, sem fundo...
Às vezes acho que penso demais, mas que não penso de fato. Viajo por uma imensidão de dúvidas e me vejo cada vez mais confuso. Pareço entrar demais na toca do coelho. Será necessário tudo isso? Será que tudo é apenas reflexo da minha imaginação? Sempre que existe um espaço bato a cara à porta. Parece uma fuga. Parece que existem meias palavras, como se a solução não fosse o melhor Belerofonte.
A abstração vem mais uma vez e mais uma vez é uma fuga. Meu coração dói por ser ignorado ao esclarecimento. Digo clarear, limpar, tornar-se puro em essência. Ficar numa verdadeira fronteira de olhares é como ser fuzilado ou andar em campo minado. As expressões faciais são o que melhor definem os momentos. Linguagem visual. Essa análise toda com N situações é cada vez mais atuante e está sempre por revelar algo, como o fato de simplesmente virar de lado e dormir. São tantos pensamentos que fica até difícil escrever, mas às vezes é a melhor coisa, ou talvez a única coisa que se possa fazer...no momento...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Carcaça grossa

Dito fulano cabra da peste
do sol quente que vara o nordeste.
A mão grossa de quem trabalha na roça,
pede água e sacode a carroça.
Muita gente lá de longe nem responde,
parece que vivem pra lá de não sei onde.
O vento sopra quente desse lado da Terra.
Terra de caboclo, de índio, de crioulo,
da sociedade do couro.
Do carcará que caça o tejo,
do calango, do mulambo e do brejo.
Do dialeto cantado, contexto invocado.
Que da gota de suor faz brotar a fé
até onde não vai dar pé...
Devoto abençoado, pelo homem amaldiçoado.
Filho da terra da luz, o que encontrarás
pelo caminho que conduz?