quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Carcaça grossa

Dito fulano cabra da peste
do sol quente que vara o nordeste.
A mão grossa de quem trabalha na roça,
pede água e sacode a carroça.
Muita gente lá de longe nem responde,
parece que vivem pra lá de não sei onde.
O vento sopra quente desse lado da Terra.
Terra de caboclo, de índio, de crioulo,
da sociedade do couro.
Do carcará que caça o tejo,
do calango, do mulambo e do brejo.
Do dialeto cantado, contexto invocado.
Que da gota de suor faz brotar a fé
até onde não vai dar pé...
Devoto abençoado, pelo homem amaldiçoado.
Filho da terra da luz, o que encontrarás
pelo caminho que conduz?